ATA DA DÉCIMA QUARTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 29.06.1987.
Aos vinte e
nove dias do mês de junho do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se,
na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto
Alegre, em sua Décima Quarta Sessão Extraordinária da Quinta Sessão Legislativa
Ordinária da Nona Legislatura. Às dez horas e quarenta minutos foi realizada a
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt,
Aranha Filho, Artur Zanella, Auro Campani, Brochado da Rocha, Caio Lustosa,
Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Getúlio
Brizolla, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Isaac Ainhorn, Jaques
Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Kenny Braga, Lauro Hagemann, Luiz Braz,
Mano José, Nilton Comin, Paulo Satte, Flávio Coulon, Pedro Ruas, Rafael Santos,
Raul Casa, e Teresinha Irigaray. Constatada a existência de “quorum”, o Sr.
Presidente declarou abertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA. Em
Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 86/86,
por dezenove votos SIM contra cinco votos NÃO, tendo sido discutido pelos
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Flávio Coulon, Cleom Guatimozim e Mano José e submetido
à votação nominal a Requerimento oral, aprovado, do Ver. Clóvis Brum. Ainda, o
Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Antonio Hohlfeldt,
Aranha Filho e Isaac Ainhorn, acerca da suspensão e término da presente Sessão;
do Ver. Antonio Hohlfeldt, acerca da distribuição dos avulsos do material
relativo à Sessão Ordinária de hoje. Ainda, o Sr. Presidente registrou a
presença, em Plenário, do Ver. Vieira da Cunha, Diretor do Departamento
Municipal de Limpeza Urbana. Após, o Ver. Clóvis Brum solicitou que a Mesa
interpele os Parlamentares que fizeram denúncias de corrupção na Casa, quanto à
votação dos Projetos de Lei relativos ao Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano. Às doze horas e trinta e cinco minutos, o Sr. Presidente levantou os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de hoje, á hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha,
Teresinha Irigaray, Luiz Braz e Jaques Machado e secretariados pelos Vereadores
Gladis Mantelli e Paulo Satte, o último como Secretário “ad hoc”. Do que eu,
Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha):
Constatada a existência de “quorum”, declaro abertos os trabalhos da presente
Sessão Extraordinária, destinada a apreciar a matéria constante na Ordem do
Dia.
A seguir, passaremos à
(Adiada por uma Sessão)
PROC. 2681 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 86/86, que estabelece o montante
de índice construtivo, alienável na forma de L. C. para o exercício de 1987, e
o respectivo Plano de Distribuição.
Observação:
- Incluído na
Ordem do Dia por força do art. 44 da L.O.
A SRA. PRESIDENTE (Teresinha
Irigaray):
Em discussão. Com a palavra, o Ver. Antonio Hohlfeldt,
para discutir.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sra. Presidente, Srs.
Vereadores, o Projeto ora em discussão é no fundo, apenas, uma formalidade
ligada à decisão escandalosa da sexta-feira passada. E aquilo que nós tivemos a
oportunidade de registrar, aqui, em Plenário, de um comentário, até muito
tranqüilo, em face dos fatos verificados, amplamente, por todos que
freqüentaram esta Casa naquele dia e que ocorreram nos corredores, nos
banheiros, nos gabinetes, está devidamente comentada e refletida na charge de
hoje, do Correio do Povo, do
cartunista Schröder. O servilismo de uma figura nomeada como Vereador que
segura a ampliação das alturas e dos tamanhos dos prédios, tendo ao lado uma
figura de cartola, identificada como a construção civil, dá um sinal de apoio à
figura do Vereador, cujo desenho, em alguns momentos, se aproxima muito de um
pequeno boneco de robô. Esta charge, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, reflete
exatamente, eu diria que reflete incompletamente, os acontecimentos de
sexta-feira. Eu diria que o bonequinho da construção civil pudesse ter, como
tantos políticos pretendem ter, a sua mão estendida e, talvez, refletisse
melhor o que assistimos no decorrer do último dia da semana passada em que
tivemos reunião nesta Casa. Então, faço este registro como mais um sinal do meu
protesto em face de acontecimentos lamentáveis, que não é nem a decisão em si,
se houvesse convicções, mas sim os fatos, sim as citações que rodearam a
decisão como tal e que cada membro desta Casa sabe muito bem quais foram e no
que lhes diz respeito ou não. Motivo pelo qual, embora lamentando que registros
como este envolvem o Legislativo como um todo, acho que é importante que se
façam esses registros e tenho certeza de que a opinião pública sabe distinguir
entre os vários componentes da Casa. Neste sentido, por uma questão de
coerência, em relação ao projeto que ora se coloca na discussão, manterei o meu
voto contrário porque fui contrário à maneira pela qual se colocou em discussão
e votação este tipo de decisão. Só espero que nos próximos dias, tão logo o Sr.
Prefeito faça a homologação da lei, que disto não tenho dúvidas,
extraoficialmente se sabe da adesão do Sr. Prefeito a esta decisão, de se
aprovar inclusive as Emendas aqui apresentadas, nós possamos ter, então, em
conseqüência, a decisão do Judiciário, porque, realmente, nós não vamos
desistir de fazer este encaminhamento, para se redimir daquilo que, numa triste
sexta-feira, esta Casa pretendeu decidir contra o interesse da cidade de Porto
Alegre.
O Sr. Artur Zanella: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu vi também aquela charge no Correio do Povo e me chamou a atenção, porque, exatamente o Correio do Povo há uns três ou quatro
anos atrás, para manter o emprego dos funcionários do Correio do Povo pediram
para alterar o Plano Diretor, e, hoje, são os que reclamam e ironizam neste
aspecto. Na fronteira, tem uma frase que define aqueles que comem e depois
tomam uma atitude desta.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu, no seu aparte, fico
satisfeito, em primeiro lugar, porque V. Exa. ratifica a minha denúncia, aqui,
da sexta-feira, contra a qual se insurgiu um outro Vereador em termos até
veementes em seu discurso formal de que também a antiga Empresa Jornalística
Caldas Júnior já havia se locupletado com projetos deste tipo. Agora,
permita-me, apenas, uma correção: eu acho que os Vereadores, aqui, não são
ingênuos. Votaram a favor do Projeto do Correio
do Povo porque quiseram. Eu preciso corrigir, porque se disse que houve um
pedido do Sindicato de Jornalistas, na ocasião, e que é mentira. Houve um
pedido da ARI, da Associação Riograndense de Imprensa, que nada tem a ver com o
Sindicato que é uma representação classista nitidamente vinculada aos
trabalhadores, enquanto que a ARI, que tem um representante no Conselho e que
reúne trabalhadores, empresários em outros setores, ligados à área de
comunicação, é que deu respaldo à aprovação. Aliás, o Parecer no Conselho foi,
inclusive, do representante da ARI. Agora, vamos ser sinceros, Ver. Zanella, eu
não acredito, eu não era Vereador naquela época, era candidato ocasionalmente,
vamos aceitar que ninguém se comoveu tanto com o problema da crise dos
empregados da Caldas Júnior. Na verdade, a comoção se deu numa outra troca, bem
diferente, e que os Vereadores, na ocasião, identificam plenamente qual foi.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Antonio Hohlfeldt, eu me manifesto surpreso com
a veemência do aparte do Ver. Zanella, justamente ao nominar uma empresa
jornalística, quando poderia também ter nominado as outras empresas. Por outro
lado, eu gostaria de informar ao Ver. Zanella, não sei ele não sabe, a Empresa
Jornalística Caldas Júnior trocou de dono e a atual administração não tem nada
a ver com o negócio que foi feito. De modo que eu gostaria que ele fizesse esta
ressalva a bem da verdade, pois não é possível ficar fazendo uma acusação
generalizada destas ao jornal Correio do
Povo, que mudou sua linha editorial, seu formato, seus donos. Temos que
avisar o Ver. Zanella de tudo isto porque ele está lançando à atual
administração do Correio do Povo uma
acusação com a qual ela não tem nada a ver.
O Sr. Artur Zanella: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) O Ver. Coulon parece que não lê jornal nunca. Na
época em que foi aprovado, foi claramente dito pelo Prefeito que era para
manter os empregos daquelas pessoas que lá trabalhavam. E, quando a empresa
passou de um proprietário para outro seus direitos provavelmente também
passaram. Isto foi até colocado na imprensa, na época.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Acredite em história da
carochinha quem quiser. De minha parte, apenas o registro da repercussão, desta
charge de hoje. A minha posição permanece a mesma: contrária, nem tanto ao
mérito, mas sim à maneira e aos interesses que estão envolvidos em relação a
estes Projetos, encaminhando, assim, contrário ao presente Projeto. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver.
Flávio Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores. Eu, na última sexta-feira, quando da minha intervenção, havia dito
que não discutiria este projeto que ora se apresenta, mas vou aproveitar a
discussão desse terceiro da trindade destes Projetos, para tecer algumas
considerações, uma vez que o fim-de-semana, realmente, trouxe alguns dados
novos. Informo à Casa que estou encaminhando à Mesa um Requerimento onde
solicito a inserção, nos Anais da Casa, do Editorial do jornal Zero Hora, na sua edição de ontem,
domingo, aonde intitula: “A consciência contra a Corrupção”. Me parece muito
sintomático que, votado um Projeto às pressas na sexta-feira, atropelado um
projeto do mais elevado interesse para a nossa cidade, o jornal Zero Hora,
na sua edição de domingo, tenha um editorial chamado “A consciência contra a
Corrupção”. Esse editorial reflete exatamente o que nós assistimos nas ruas,
neste fim-de-semana: cobranças de minuto a minuto, em todos os lugares, a
respeito da tática utilizada para votar um projeto, que todos nós sabemos, é
danoso à nossa cidade. Toda a cidade comenta os acontecimentos da Câmara e não
foi este Vereador quem denunciou - mas que a Vera. Jussara Cony teve a coragem
de denunciar -, porque recebeu as informações, o Ver. Antonio Hohlfeldt também
denunciou publicamente – a cidade está nos cobrando esta decisão. Na manhã de
sábado passei por uma parte dela, no Parcão do Moinhos de Vento, foi um
contínuo chegar de pessoas que vinham cobrar a aprovação deste Projeto e muito
especialmente as Emendas 1 e 2 que surgiram aqui e que todo mundo sabe que não
salvam a construção civil, que não melhoram a construção civil, simplesmente
significam mais ganhos para a construção civil. É preciso que as pessoas
meditem sobre a maneira como discutimos os problemas nesta Casa, como a maneira
que se espera às vésperas do recesso para se jogar todos os Processos em Pauta
e exigir dos Vereadores que resolvam sem discussão os problemas principais.
O Sr. Isaac Ainhorn: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Quanto a esse aspecto colocado, estou de acordo:
quando próximo ao recesso vêm todos os Processos aos borbotões para que os
Parlamentares debatam, discutam e votem. Mas infelizmente esta é uma prática
que não é só da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, é uma prática presente em
todos os Parlamentos brasileiros. É culpa também dos próprios Vereadores e
assumo minha parcela de culpa, pois os processos estão aqui há 6-7 meses e não
aproveitam o prazo para debater os Projetos. Ao final dos períodos legislativos
eles vêm aos borbotões. Culpa nossa de não debater. Por exemplo: as Pautas
Preliminares não são aproveitadas para debater, não há debate porque nós também
somos responsáveis por ausência.
O SR. FLÁVIO COULON: Seu aparte reforça um
Projeto já encaminhado por mim: vamos acabar com o recesso para não se
atropelar a Pauta no final.
O Sr. Caio Lustosa: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Os Processos não têm pernas, são trazidos e, no caso,
vieram em regime de urgência por um Requerimento da Liderança do Partido
Democrático Trabalhista desta Casa, por expressa vontade da Bancada majoritária
com o apoio do Prefeito moreno e socialista que nos administra.
O SR. FLÁVIO COULON: Exatamente. A tática é
essa, é esperar a véspera do recesso. O que não foi bem estudado, o que andou
devagar, não tem problema, por quê? Porque existe o art. 44 que resolve tudo.
O Sr. Caio Lustosa: Não requer prática nem
habilidade.
O SR. FLÁVIO COULON: Nem habilidade, exatamente.
V. Exa. disse tudo. Assim é que reforçando, mais uma vez, a minha posição em
relação essa trindade maquiavélica, estes três projetos como muito bem disse um
Vereador do PDT, nesta tribuna, “estupram a consciência ecológica e urbanista
desta Cidade”. Eu, mais uma vez, venho à tribuna reafirmar aqui...
O Sr. Cleom Guatimozim: V.Exa. está aqui há dois
meses e quer ser o dono do mundo.
O SR. FLÁVIO COULON: Registre-se que a opinião
do Ver. Cleom Guatimozim que entende que a opinião do editorial da Zero Hora é muito fraca. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Continua em discussão o
presente Projeto. Próximo orador inscrito, Ver. Cleom Guatimozim.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores. É que o Ver. Flávio Coulon – até pedi desculpas pela veemência dos
meus apartes anti-regimentais, já que é uma pessoa simpática e eu gosto muito
dele – está aqui há dois meses e eu há 26 anos e o Ver. Coulon se revolta
contra um artigo da lei que ele jurou cumprir quando aqui assumiu. O que disse
o Presidente quando assumiu o Ver. Coulon? “V. Exa. jura cumprir a Lei e o
Regimento e tal...?” E V. Exa. respondeu: “Sim, eu juro”. Agora V. Exa. não
quer respeitar o art. 44 da Lei Orgânica. E o que é a Lei Orgânica? É a Lei
maior do Município, é a Carta Magna do Município. S. Exa. não quer respeitar e
se insurge contra a lei, mas isso tem uma solução, Ver. Coulon, é encaminhar
uma Emenda modificando o art. 44 e, se V. Exa. tiver os votos necessários, aqui
no Plenário, muda o art. 44.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V. Exa., com 26 anos nesta Casa, já sabe todas as
coisas, e já sabe o que existe e o que não existe. Quero dizer que V. Exa. está
usando uma tática aparentemente inteligente. Mas quero-lhe dizer que não me
insurgi contra a aplicação do art. 44, o que me insurgi, sim, foi com a
aplicação, diria eu, malévola, politicamente malévola, do art. 44, nesse
assunto do Plano Diretor. Não me insurgi contra o 44. Agora, um assunto desta
magnitude, e V. Exa. tem coragem de solicitar o art. 44 da LOM para pô-lo na
Ordem do Dia. É isto que eu não admito.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Então V. Exa. não está
contra o art. 44, V. Exa. está contra a minha coragem de invocar o art. 44.
Vejam, Srs. Vereadores: o Sr. Prefeito Municipal manda a esta Casa um
projeto de lei de modificação do Plano Diretor. Na época, estava sendo votado.
O Ver. Werner Becker apresentou um Substitutivo, e um grupo, inclusive desta
Casa, apoiado por outras entidades, foram solicitar ao Prefeito que retirasse –
o Prefeito atendeu. E aí começaram a ocorrer congressos e mais congressos,
discussões e mais discussões, inclusive porque ele não tem capacidade, porque
ouvi, numa discussão aqui em que eu me retirei, em que uma senhorita,
engenheira, usando uma tiara, muito bem vestida, dizia que tinha um fenômeno,
que a área urbana está entrando na área rural. A cidade estava crescendo. Nós
tínhamos problemas de abastecimento. Ora, que descoberta idiota para um
engenheiro! E é com essas pessoas, com a experiência que tenho, que vou ter que
debater? Não compareci a nenhuma reunião aqui. (Aparte anti-regimental.) Não,
não é contra os engenheiros, é contra aquela engenheira que não sabia nada,
Vereador. V. Exa., Ver. Martin Aranha, ao contrário, já é um engenheiro
inteligentíssimo. Eu não tenho condições, Srs. Vereadores, com a experiência
que tenho, de debater nesse nível, com pessoas que não sabem nada. O Sr.
Prefeito Municipal mandou para cá o Plano, retirou, a pedido, depois que deu
tempo para que os interessados estudassem, pediu que o Plano fosse reativado. E
nós entramos com o art. 44, por responsabilidade nossa, exclusiva, e com o
apoio do Prefeito Municipal. As Emendas que foram encaminhadas aqui, tiveram o
exame da Secretaria de Planejamento, que concordou com elas. Mas vejam, então
lança-se uma pecha de desconfiança: 1º) em cima do Prefeito Municipal, que
mandou o Projeto; 2º) em cima da Secretaria de Planejamento, que concordou; 3º)
em cima do Vereador que pediu o art.44; 4º) em cima dos Vereadores que aprovaram.
Mas que moral excessiva a dessas pessoas, que pensam ser os donos da verdade e
que acusam as maiorias de corrupção, porque são de minoria, sem condições de
obterem vitória! Eu cansei disso, já disse na sexta-feira, e não vou admitir
que façam esse tipo de acusação, pelo menos, comigo. Antigamente havia mais
consciência. Quando um grupo de Vereadores perdia uma votação por falta de
votos, concordava com a derrota democrática que havia sofrido. E eu perdi
muitas e muitas vezes, até diria que perdi na maioria das vezes. Hoje, não;
hoje, a arma é acusar de corrupção! E por que nós tiramos a tarifa de ônibus
desta Casa? Porque havia acusações de corrupção! Vereadores que nunca subiram
num ônibus eram acusados de ser sócios de empresas de ônibus e de receber
benesses dessas empresas. Então, tinha que sair daqui e vão acusar de corrupção
agora a outros. Então, acho que o caminho certo é ter votos necessários para
ganhar as votações, porque no Plano Diretor eu entendi o seguinte: o Prefeito
não agiu seriamente, o urbanismo, aprovando a Emenda, não agiu seriamente, o
líder, ao pedir o 44, não agiu seriamente. A esmagadora maioria desta Casa, ao
aprovar o Projeto, não agiu seriamente. Mas o que resta? É uma minoria séria.
Mas que minoria séria nesse mundo que quer salvar o mundo a começar pela CMPA
com uma seriedade que só eles possuem e ninguém mais? Não a possui o Prefeito,
não possuem as divisões, nem os Vereadores, não a possui a maioria desta Casa.
Saturei disso. Acho que essas minorias, elas primeiro deveriam conseguir mais
votos para si e, depois, no Plenário. Aí, quem sabe teriam uma melhor forma de
combater aquilo que só eles neste Município – uma esmagadora minoria - que não
é insignificante, é “insigne ficante”.
Então, desta tribuna, quero repelir as acusações feitas ao Sr. Prefeito
e ao urbanismo que deu “sim” para todas as emendas. Vejam que o urbanismo não
salva a consciência ecológica – são três ou quatro Vereadores. O urbanismo não
salva a consciência ecológica. Vereadores, existem bairros, aqui, nesta Cidade,
onde mora só um engenheiro, apenas um engenheiro, e não se pode construir além
de dois andares porque o engenheiro tem poder de mando no urbanismo. Acontece
isso. Então essa minoria esmagadora tem de ensinar à maioria total nessa
consciência, nessa coisa sobrenatural, isso tão importante que só eles possuem.
Quem sabe se é dote nativo ou adquirido não sei onde. A maioria desta Casa, ao
aprovar os Projetos, está dando uma prova de que é a força da maioria. O
Prefeito, que tem três anos de mandato, deseja aprovar aquilo que é interesse
da sua administração. As acusações não me impressionam, embora sejam chatas,
nojentas e desprezíveis, porque envolve muita gente numa corrupção muito
pequena. É pequena, mas envolve muita gente. Envolve uma gente numa corrupção
muito pequena. É uma corrupção muito pequena para estar muita gente envolvida e
é uma corrupção muito grande para ter um pequeno número fora dela.
O Sr. Nilton Comin: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) A credibilidade de uma pessoa não é o João, não é o
Pedro, não é a Maria, não é a Teresinha que faz, é o povo que faz. Quando
V.Exa. acusou a minoria, eu fui minoria, fui contra. Agora, V.Exa. esta
generalizando, e quando acusa, generalizando, V.Exa. incorre num erro de inteligência,
pois ao fazer uma acusação deve dizer quem é quem, porque este Vereador, sempre
fez as coisas de frente, porque votei contra pela minha consciência, perdi, não
acusei ninguém. E entendo que os Vereadores vencedores devem ter agido dentro
das suas melhores intenções. Agora a credibilidade de uma pessoa não somos nós
que fizemos, é o povo da Cidade que faz.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Tem fundamento o aparte de
V.Exa. Eu generalizei para particularizar. Excluí V.Exa. não da acusação, mas
da bronca que dei na tribuna.
A SRA. PRESIDENTE: V.Exa. pode continuar
falando, em tempo do Ver. Jorge Goularte.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Dizia, que generalizei para
particularizar. Reconheço em V.Exa. um Vereador equilibradíssimo, aliás, já
disse há poucos dias a V.Exa. Mas, estranho que um pequeno número de Vereadores
tenham a representação do povo, sou o Vereador mais votado da história deste
Estado e sou acusado de não ter a representação, porque pedi o art. 44.
Então, me surpreende que num pequeno grupo seja assim, os
representantes do povo. Os Sindicatos me procuraram há poucos dias e me
impressionaram quando diziam que eram representantes dos Sindicatos. Eles
representam todos os Sindicatos. Mas na hora, os Sindicatos procuram outros,
parece.
Verificando os anos em que estou nesta Casa e a votação que recebi
nestes anos, fui ver que não sou menos representante que eles, não. Eu
estava-me impressionando, e resolvi mudar a tática.
O Projeto foi enviado pelo Sr. Prefeito Municipal. As Emendas, tanto do
Ver. Isaac Ainhorn, excelentes Emendas, como deste Vereador, tiveram o sim da
Secretaria do Planejamento e o apoio da maioria desta Casa.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, nobre Vereador, eu gostaria de
agradecer, sensibilizado, as referências que V.Exa. fez da tribuna a esta
minoria. Recebo as suas palavras como estímulo de V.Exa., no sentido de que nós
continuemos cumprindo aqui a nossa obrigação. Em segundo lugar, era só para
deixar bem claro que V.Exa., da tribuna, está, em outras palavras, dizendo que
o arquiteto Newton Bággio referendou esse plano e todas as Emendas aprovadas e
que a sua equipe do Planejamento também referendou todo esse material que foi
aprovado aqui. Era só isso que eu gostaria de deixar bem claro, para ver se eu
não tinha entendido bem. Eles referendaram tudo!
O SR. CLEOM GUATIMOZM: Vereador, foi exatamente o
que eu disse. Eu não poderia, como Líder do Governo, entrar com Emendas aqui
que não tivessem o apoio do Governo e a consulta aos órgãos relativos, no caso,
o Planejamento. Na minha sala, o arquiteto Newton Bággio deu luz verde às
Emendas, achando-as excelentes.
O Sr. Flávio Coulon: Só para terminar,
especificamente, Vereador, V. Exa. poderia me responder, o Arq. Newton Bággio
referendou e achou excelente as Emendas 1 e 2. É o que V.Exa. está dizendo.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: A 1, a 2, a 3, e a 4 e,
ainda, desejava o Planejamento que nós entrássemos aqui com Emendas de Líder.
Eram aproximadamente 10 Emendas, o que nós recusamos, não pelo teor das
Emendas, mas pela forma em que ficaria esse Processo cheio de Emendas
apresentadas por um Vereador só. As Emendas que apresento aqui, sempre têm o
respaldo do Executivo. E algumas delas são, exatamente, da pena do Chefe do
Executivo e, por isso, tenho o apoio da Bancada do PDT. A Emenda 3 e 4 que nós
apresentamos, eram Emendas, no nosso ponto de vista, necessárias. Eu não sei
como podem alguns, e fizeram alguns oradores aqui, dizer que os espigões vão
brotar nesta Cidade como uma horta. Nenhuma das Emendas abre possibilidade para
espigões. A Emenda que abre possibilidade de construção é uma que permite - e é
uma única – a construção de dois andares mais, apenas, em cada edifício,
excluindo-se a zona sul e a Chácara das Pedras.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.)
Vereador Cleon, essas emendas apresentadas, pelo ineditismo, pela velocidade com que foram apresentadas ainda não puderam ser absolutamente digeridas. Mas rapidamente, existem terrenos em que simplesmente se transformaram de um para três, em termos de construção.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Não. De 0,5 para 1, na
periferia. Veja por exemplo o Bairro Jardim Botânico, bairro que nos trouxe a
esta Casa desde a primeira vez, lá os terrenos estão com os muros caídos e não
se constrói por que é anti-econômico. A área em que se pode construir não dá
vantagem nenhuma. Então, como não se pode construir os aluguéis custam este
preço que está aí. Ninguém mais pode pagar aluguel. Vai morar em Cachoeirinha,
em Viamão, em Guaíba porque não se constrói em Porto Alegre, porque meia dúzia
não quer que se construa. O nosso Projeto permite mais dois andares. Vou dar
exemplo. Aqui nesta Casa tem um Vereador que mora num dos maiores espigões da
cidade e é contra eles. Ele mora num local onde enxerga a cidade de Guaíba,
Camaquã e até o Uruguai. Mas ele é contra. Não vou dizer quem é. Quero que ele
pergunte. Por exemplo, no Bairro de Petrópolis é permitido 6 andares, pela lei
aprovada, será permitido 8 andares. Na 24 de Outubro, temos edifícios com 12
andares, mas a lei permite só 8 andares, porque o gabarito não era 12? Pois
bem: a nossa Emenda permite que se construam dois mais. De um modo geral,
aumentam dois andares em toda a Cidade, ressalvando a Zona Sul e a Chácara das
Pedras. Este incentivo, além de abrir mercado de trabalho, não permitirá que os
aluguéis de apartamentos sejam tão caros como são hoje e evitará que o homem vá
morar nos municípios vizinhos por não ter onde morar em Porto Alegre, ou quem
sabe embaixo da ponte.
O Sr. Nilton Comin: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, V.Exa. que é conhecedor da cidade de
Porto Alegre poderia me responder por que naquele trecho da Nilo Peçanha perto
da Carlos Gomes, em Petrópolis, existem doze andares em seis edifícios e,
depois, não existe mais nada.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Aqueles edifícios foram
construídos antes de 1979, antes do Plano Diretor, os demais foram construídos
após 1979 em que é permitido quatro andares sobre pilotis. É o gabarito mais
alto ali. Inclusive, ali, há um regime urbanístico que deveria ser mudado, que
é na frente do Iguatemi. Quem gostaria de morar na frente do Iguatemi, com os
caminhões quebrando as calçadas, batendo no automóvel, uma multidão se
movimentando, carros buzinando? Quem gastaria importâncias altas para construir
uma casa ali? Só uma pessoa que não tivesse juízo.
O Sr. Nilton Comin: Eu não perguntei isto a
V.Exa.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Eu estou indo mais adiante.
V.Exa. falou na Nilo Peçanha. Eu respondi o que V.Exa. perguntou e disse um
pouco mais para dizer que o regime urbanístico, ali, está errado.
O Sr. Isaac Ainhorn: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V.Exa. que é, realmente, aqui nesta Casa, um registro
histórico de todos os acontecimentos e das construções da cidade de Porto
Alegre, 24 anos nesta Casa lhe dão esta condição de conhecer tudo de Porto
Alegre, e a minha curiosidade ficou no nível de querer saber sobre o forum de
Porto Alegre. Se os Vereadores, que hoje estão contraditando, votaram a favor
ou contra a implantação ali na Praia de Belas.
A SRA. PRESIDENTE: Ver. Cleom Guatimozim,
V.Exa. está falando no tempo do Ver. Jaques Machado.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Eu agradeço ao Ver. Jaques
Machado. O forum de Porto Alegre foi uma lei especial votada por esta Câmara,
para que a Justiça não ficasse toda repartida. Quem é advogado sabe disto. O
Cível está num local, o crime está noutro, a Vara de Família está lá perto da
Santa Casa, etc. E um advogado se transforma num louco correndo atrás destes
processos. Então, a idéia era levar o Judiciário para um lugar só e esta Casa
fez isto em muito boa honra. Acho que nenhuma regra pode ser aplicada sem
exceção e acho que esta exceção da justiça, ali, foi muito boa.
O Sr. Caio Lustosa: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V.Exa. demonstra que, nestes 26 anos de Câmara
adquiriu uma habilidade, uma dialética quase que insuperável, porque consegue
até convencer com ela. Eu fico até temeroso disto. Mas eu queria que V.Exa. se
manifestasse, por exemplo, sobre a denúncia que o Ver. Paulo Sant’Ana faz, na
coluna do Jornalista Afonso Ritter, da Zero
Hora de hoje, em que revela que muita
gente mais do que dobrou o seu patrimônio com a decisão de sexta-feira,
inclusive revelando que um conhecido seu possuía, em carteira, 100 terrenos
para venda, à espera da decisão da Câmara. Qual é a sua opinião a respeito?
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Eu acho que, se alguém tem
100 terrenos e estava esperando que a Câmara modificasse o regime para
vendê-los, acho que isto é perfeitamente normal, porque este é um País
capitalista e democrático. Acho isto perfeitamente normal. Se eu tivesse 100
terrenos, eu também esperaria a decisão de modificações do regime urbanístico,
para comercializá-los, porque aqui a iniciativa é livre, o país é capitalista e
quem tem mais pode jogar com o risco. E é uma pena que eu não tenha estes
terrenos para esperar pela decisão da Câmara que, abrindo maiores condições,
pudesse, quem sabe, até triplicar o meu patrimônio, porque é em função de uma
necessidade da Cidade.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador Cleom Guatimozim, justamente a mesma
pergunta ia fazer a V.Exa., mas o Ver. Caio Lustosa se adiantou, e V.Exa.
explicou, realmente, muito bem a euforia verdadeira que tomou conta dos
corredores desta Casa dos grandes empresários da construção civil, quando da
aprovação do Projeto e, especialmente, a primeira e a segunda emenda: uma
euforia digna de registro e V. Exa. explica bem, afinal de contas, no mundo
capitalista, onde se dobra uma fortuna em uma manhã, é uma coisa que merece ser
saudada, mas o azar, realmente, é o sistema capitalista. Mas eu me adiantaria
um pouquinho, para que eu possa tomar certos cuidados, eu perguntaria a V.Exa.
se no projeto Praia do Guaíba, V.Exa. pretende invocar o artigo 44?
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Se tramitar mais que o
tempo necessário e o Prefeito me solicitar, eu farei.
O Sr. Flávio Coulon: E em quanto tempo?
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Acho que em 30 dias esta
Casa pode examinar o Projeto, porque 30 dias é um mês.
O Sr. Hermes Dutra: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu ia fazer um discurso, mas como estou profundamente
irritado com algumas coisas que estão sendo ditas na tribuna, digo uma coisa: este
Vereador só tem uma coisa na vida que é o nome, e vai defendê-lo com a
intransigência devida, e a minha paciência tem limite ao que estou ouvindo no
dia de hoje. Quero repetir para que a Casa tome ciência: a minha paciência tem
limite! O que eu gostaria de dizer a V.Exa., e gostaria de alertar o nobre
Vereador Caio Lustosa, porque faço justiça ao Vereador Caio Lustosa – tenho
divergências, mas sou um homem sério – há um projeto nesta Casa que tramita há
3 anos, e se amanhã ou depois pedirem o artigo 44, não se pode reclamar; assim
como tem outro projeto, nesta Casa, parece que de um Shopping Center no
Cristal, faz 2 anos, então não posso aceitar, Vereador Cleom Guatimozim, estas
histórias de que as coisas são feitas apressadas. Não tenho o menor interesse
nesse Projeto, mas estava pensando neste fim-de-semana e me lembrei: se alguém
argüiu o art. 44 não tenho autoridade moral para reclamar.
O Sr. Nilton Comin: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ontem, mais uma vez, estávamos reunidos, uma parte da
comunidade da Zona Norte, estavam presentes o nobre Ver. Auro Campani, Flávio
Coulon. Aquela comunidade colocou em tema a nova “Copa do Sul” e o nobre Líder
do Governo defendeu aquilo dentro daquilo que ele e o Prefeito entendem como
verdade. Outras comunidades de Porto Alegre, como aquela que há 25 anos têm
alagamentos periódicos, pagam excesso de água para lavar a sujeira das chuvas
porque o Poder Público Federal, Estadual e Municipal não conseguiram acertar,
ela, a comunidade, não consegue entender como não se resolve o problema lá da
Zona Norte. Outros problemas, que envolvem grande tirocínio e a iniciativa
privada, se resolvem. E a Zona Norte? O Ver. Auro Campani explicou que o
Prefeito tem a melhor das intenções em fazer da “Nova Copa”, uma nova Cidade,
mas o fundamental é que uma coisa é muito importante quando se declara que 25%
do que vai ser aplicado nesta região irá para as vilas periféricas, para
abastecer as vilas periféricas. Já ouvi nesta Casa Projeto de que o Prefeito
colocaria esgotos nas vilas. Ouvi uma, ouvi duas vezes. Quero dizer a V.Exa. e
à nobre Bancada que V.Exa. inteligentemente lidera que a gente afirma uma vez,
mas que nós temos o compromisso de honrar nossa palavra, porque lá foi
adiantado o seguinte: vamos impedir a Sertório e a Assis Brasil e nós do PMDB,
ao lado de outro, Ver. Flávio Coulon e do Ver. Auro Campani do PDT, pedimos
paciência ao povo para que as três partes se reúnam e cheguem a uma conclusão.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Vereador, naquele local, na
Zona Norte, existem dois projetos que funcionarão a longo prazo, primeiro é o
Porto Seco e o outro é o projeto Padroeira que está sendo implantado
atualmente. V.Exa. sabe que muitas obras já estão sendo realizadas na Zona
Norte. Veja, por exemplo, que se a Zona Norte não quer que façam obras na Zona
Sul ou a Zona Sul não quer que façam obras na Zona Norte fica uma situação
bastante difícil para administrar. Mas a Zona Norte vai ser a mais bem atendida
com o projeto Padroeira e com o projeto Porto Seco. O projeto Rio Guaíba está
um pouco parado, mas o projeto Padroeira é o maior projeto desta Cidade.
O Sr. Caio Lustosa: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Cleom apenas em relação ao aparte do Ver. Hermes
Dutra eu quero dizer que o projeto referente ao morro do Osso, esteve nesta
Casa, tinha como relator este Vereador, e a Comissão Especial era presidida
pelo Ver. Brochado da Rocha, daí nós começamos estudá-lo nos vários aspectos
técnicos no morro do Osso, foram feitas várias reuniões de repente nós fizemos
uma diligência, um estudo aprofundado sobre os aspectos de geologia, de
investimento florestal e tudo o mais, aí a Secretaria do Planejamento retirou
esse processo daqui, levou-o embora e nunca mais voltou. Eu presumo que agora
deverá voltar porque com a aprovação dessas Emendas sexta-feira, vai-se fazer
loteamentos até dentro de mini-zoológico, vai ser possível lotear até a reserva
do Lami. A coisa vai ficar muito frouxa, muito bem à vontade dos especuladores.
O Ver. Hermes Dutra não se preocupe porque deve estar voltando por esses dias o
morro do Osso e a comunidade da Zona Sul vai receber um belo presente: vão
fazer bastantes ruas ali, vão derrubar o resto de floresta existente, vão fazer
mansões para os proletários da Zona Sul. Vai ser uma beleza. Realmente, é um
processo que deverá ter a sua tramitação acelerada nos últimos dias.
Quanto ao Iguatemi que V.Exa. fala, só queria lembrar um pouquinho a
memória do porto-alegrense. Aquela região do Iguatemi é um parque natural,
segundo o Plano Diretor. Por essas razões insondáveis, que a gente não sabe
explicar, também dançou e acabou se transformando num Shopping Center, no tempo do Prefeito Villela, e inclusive com o
afogamento, literal, do arroio Obiricy, que ficou por baixo do Iguatemi – saiu
do mapa o arroio, e com todas aquelas obras que fizeram por lá, inclusive que
redundaram algumas delas, pela irresponsabilidade do Município, na tragédia que
vitimou a médica e seus dois filhos, cuja família, agora, vai receber uma
reparação de 12 milhões de cruzados.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Ver. Caio Lustosa, vivemos
em uma metrópole que caminha para uma megalópolis, e eu acho uma maravilha o
Iguatemi: é um pólo comercial onde gera empregos, há bastantes luzes, carros,
desfiles, pessoas a pé, visitas, paqueras e tudo o mais. Isto é uma metrópole
que caminha para uma megalópolis, e não é esta Casa, com 33 Vereadores, que vai
impedir uma metrópole de chegar à megalópolis.
O Sr. Nilton Comin: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Três projetos serão integrados, só que a grande parte
não consegue chegar a um acordo, e aquela comunidade não agüenta mais. O Ver.
Jaques Machado já reclamou o Parcão da Zona Norte, o Ver. Paulo Satte e eu
também já reclamamos... E acontece que a Zona Norte, em matéria de projetos,
por parte do Executivo, os projetos têm sido precários. Até agora nós temos
muito pouca coisa para a Zona Norte em relação ao que se divulga na nova “Copa”
de Porto Alegre. Muito obrigado.
O Sr. Auro Campani: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu cedi meu tempo a V.Exa. inclusive
para lhe dar condições de poder responder aos apartes. Realmente, como colocou
o nobre Ver. Comin, nós tivemos, no domingo, uma reunião com a comunidade do
Passo d’Areia, onde foi questionada a praia do Guaíba, porque o que estamos
questionando realmente na Zona Norte, é a situação dos alagamentos que há mais
de 16 anos não tem solução. Então, eu fiz a seguinte exposição: não é a
Prefeitura que vai colocar verbas do seu orçamento na praia do Guaíba, e sim,
os empresários que vão participar dessa obra e cujo fundo existente será
revertido para obras dos bairros da periferia da Cidade. Isso aí ficou bem
claro. Agora, vou discordar do nobre Ver. Comin na sua colocação de que a Zona
Norte não tem projetos do Executivo. Muito pelo contrário, nós temos lá grandes
projetos, o que acontece – como em todas as zonas da Cidade – é a questão de
verbas. Então, não podemos frear o desenvolvimento como, por exemplo, a Zona
Norte está tendo um crescimento populacional incrível. Só o Conjunto
Leopoldina, por exemplo, acrescentou mais de 14 mil pessoas nos últimos anos.
Então, o crescimento é inevitável, nós temos que oferecer opções para essa
população que vem chegando. Então, na verdade, se houver um esclarecimento por
parte de nós, Vereadores da Zona Norte, dos Projetos que estão encaminhados,
inclusive quanto a esse que o nobre Ver. Comin citou, o Prefeito Alceu
Collares, em reunião que teve comigo, a Direção do Zivi e algumas associações
de bairro, se comprometeu em participar nos seus 26% naquilo que lhe cabe, ou
seja, imediatamente uma limpeza na canalização, nas bocas-de-lobo. É o que a
Prefeitura pode fazer. Agora, nós, reunidos com a comunidade, vamos forçar o
cumprimento, por parte do Governo do Estado e do Governo Federal, do dito
convênio. Agora, a Prefeitura vai corresponder à sua parcela, o Prefeito se
comprometeu conosco, pessoalmente, numa reunião muito ampla, feita nas
dependências da Zivi-Hércules. Quanto ao argumento da praia do Guaíba, nós esclarecemos
lá que não é a Prefeitura que vai investir, são os empresários que vão
participar, porque se não houver participação da iniciativa privada, não há
condições de se fazerem Projetos, principalmente esse. Muito obrigado.
O Sr. Nilton Comin: Apenas para complementar,
V.Exa. declarou que o percentual – 25% - irá para as vilas. Isso é perigoso,
porque já ouvi esgotos para vilas e até agora nada.
O Sr. Artur Zanella: V.Exa. me permite um aparte?
(Assentimento do orador.) A esses que estão ansiosos pelo Parque da
Aeronáutica, o parcão da Zona Norte, até agora só apareceu o crédito do tal
parque. O débito ainda não veio. Os Vereadores que querem esse parque devem
defendê-lo. A Aeronáutica diz que entrega uma área para o parque, mas é preciso
desapropriar uma vila inteira. Não é uma vila clandestina, é um loteamento. São
milhares de pessoas que deverão ser removidas. Até chegar o crédito, até lá, já
sabemos e depois não poderemos dizer que não sabíamos. Tem que remover um
loteamento inteiro.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: O Ver. Flávio Coulon dizia
que empresários da construção civil estavam nesta Casa, na sexta-feira,
buscando informações e conversando com Vereadores. Acho legítimo, porque só é
legítima a visita e pressão de quem não é empresário? O que diferencia o
empresário do homem do povo, aquele que vem aqui mandar contra a passagem do
ônibus? Para solicitar que a tarifa fosse mais baixa? Aquele que vem aqui
contra os desejos das vilas? Por que não podem os empresários vir defender seus
interesses? Pois eu atendo a todos empresários que vierem ao meu gabinete,
porque eles são munícipes que pagam impostos e não merece nenhuma repulsa e
nojo. Ao contrário, são todos cidadãos brasileiros, munícipes de Porto Alegre,
que pagam seus impostos e que acreditam numa democracia, a qual esta Casa tem o
direito de defender.
O Sr. Artur Zanella: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ontem, perguntei a um munícipe o que estava fazendo
aqui, porque quando veio o grupo da Chácara das Pedras para baixar, ele veio a favor.
Depois, veio a favor para subir, porque a Chácara das Pedras era sua
vizinhança. Os vizinhos também reclamaram, dizendo que era uma barbaridade, é
uma zona boa, e agora iam colocar edifícios. Não querem nenhum colégio lá para
não atrapalhar.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Em todo o caso, bastante
feliz é o Ver. Caio Lustosa que mora numa zona que não tem, muitos edifícios e
que a lei não permitirá construções além de mais de dois andares, além do que
já existe.
O Sr. Caio Lustosa: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Sei que o empresário é munícipe. Inclusive, foram no
meu gabinete, depois desistiram, foram lá, não conseguiram me convencer com
seus argumentos. Mas, só gostaria de saber por que estavam aqui com seus
instrumentos de trabalho, estavam todos com pastinhas executivas. O expediente
estava encerrado e eles todos de pastinhas, por aqui.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Vereador, acredito o
seguinte, sempre pensei que executivo usasse pasta. Só falta ele querer baixar
uma lei: “fica proibido aos executivos usarem pasta”.
O Sr. Isaac Ainhorn: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, é lamentável que Vereadores desta Casa
desconheçam o que está sendo feito. Acredito que o Ver. Nilton Comin, há muito
tempo não vai às vilas de Porto Alegre, porque se fosse saberia que foi
colocado esgoto na Orfanotrófio II, na Valneri Antunes, na Vila São Carlos, na
Vila Monte Cristo, na Vila Pinto, no Beco do Adelar e na Vila Brasília. E vão
iniciar as obras na Vila Morro Alto e na Vila Esmeralda.
E o dinheiro, pasme Ver. Cleom Guatimozim, o dinheiro que o Ministério
do Desenvolvimento Urbano mandou não dava para pagar a implantação de esgotos
numa vila.
E vem uma oposição destrutiva, que não constrói nada, pretender acusar
o Governo Municipal, atualmente, de não fazer nada. E não fiscaliza, muito
menos isto, porque não conhece.
O Sr. Nilton Comin: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V.Exa. não citou nenhum bairro da Zona Norte, Ver.
Isaac Ainhorn, nenhum da Zona Norte.
O Sr. Isaac Ainhorn: Mas nós vamos chegar lá, na
segunda etapa nós vamos chegar lá. (Apartes paralelos.)
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Quero concluir, Srs.
Vereadores, não darei mais apartes, quero sair da tribuna há muito tempo, mas a
verdadeira inquisição que eu sofri aqui me leva a dizer que é necessário que se
saiba do privilégio de alguns que querem mandar contra o Plano Diretor e só
eles morarem em bons lugares, em bons locais, em bons apartamentos em grande
vista aérea. Excluem o pobre, excluem o trabalhador, excluem o que necessita e
o que não pode pagar. Mas estes, agora, estão protegidos pelo novo Plano
Diretor e as normas nele estabelecidas, contra a vontade de meia dúzia que são
os privilegiados desta Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ARANHA FILHO: Sra. Presidente, para um
Requerimento. Eu sugiro que a Mesa dê oportunidade ao Vereador inscrito e após
a locução deste Vereador, sejam os trabalhados interrompidos por uma hora.
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Requerimento
do Ver. Aranha Filho. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra o voto do
Ver. Antonio Hohlfeldt.
Com a palavra, o Ver. Mano José.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, para um
Requerimento, eu entendo que, se os trabalhos iniciarem daqui a uma hora, a
prática tem demonstrado, infelizmente, que com certeza, nós não teremos
“quorum” aqui. Portanto, os que vierem às 13h serão prejudicados, razão pela
qual requeiro às 14 horas. Isto não se aplica a mim, pois aqui vou permanecer.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa acolhe a sugestão do
Ver. Isaac Ainhorn e coloca em votação pelo plenário para que seja discutido
ainda o Projeto agora pela manhã pelos três oradores inscritos. E após,
suspender a Sessão até as 14 horas, horário regimental.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Realmente fico abismado. Se se vai discutir, por que não se vota logo
esse projeto? Contraproponho que se vote esse projeto e se termine um processo
e depois se retome o resto à tarde.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa submete ao plenário
a Questão de Ordem do Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem):
Eu diria que é matéria vencida e que o Requerimento por mim elaborado à Mesa já
foi votado e aprovado.
A SRA. PRESIDENTE: Então, como já foi votado,
aceitamos a tese anterior e apenas o Ver. Mano José falará e os trabalhos
reiniciarão às 13 horas.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem): Solicitei
para as 14 horas, quando estava presidindo os trabalhos o Ver. Jaques Machado e
ele imediatamente acatou.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Na mesma linha de raciocínio do Ver. Isaac Ainhorn com o qual
concordo, em aditamento, como segundo requerimento, peço que se termine o
processo de votação em relação a este Projeto 2681 e, após, se suspenda a
Sessão. O Ver. Caio, que está inscrito para falar, abre mão de sua inscrição,
talvez o Ver. Isaac possa fazer o mesmo. Votamos este Processo o suspendemos a
Sessão até as 14 horas, como diz o Ver. Isaac. É apenas um adendo ao
Requerimento do Ver. Isaac. Temos uma matéria vencida anteriormente, mas nada
impede que se reabra a questão no Requerimento do Ver. Isaac.
A SRA. PRESIDENTE: Eu gostaria de passar uma
informação aos Srs. Vereadores. Se nós interrompermos e só reabrirmos às 14
horas, não reabriremos mais esta Sessão, porque às 14 horas é hora de Sessão
Ordinária da Casa. Ou nós abrimos às 13h30min, para podermos reabrir a que está
em andamento, ou, às 14 horas, abriremos uma Ordinária. Então, eu gostaria que
os Srs. Vereadores fiquem atentos para o fato de que, se esta for interrompida,
este processo de votação não se realiza, porque fica em suspenso, e só podemos
retornar a esta Extraordinária após a Ordinária das 14 horas. Então, se for
interrompida agora, esta Sessão terá que ser reiniciada às 13h30min, para que
se faça a votação deste Processo. São problemas técnicos que a Mesa levanta.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Mas se votar agora, não há problema?
A SRA. PRESIDENTE: Exatamente, aí não há
problema.
O SR. AURO CAMPANI (Questão
de Ordem): O
Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt é que se faça agora a votação do
Projeto, se encerre esta Sessão e se abra a próxima no horário regimental. Para
isto, os Vereadores inscritos abrem mão de suas inscrições, para que se
processe a votação.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Nesta mesma linha, concordando com a Senhora Secretária que levanta a
questão técnica de não podermos reabrirmos esta Sessão, indagaria da Mesa,
porque continuamos com o problema de não recebermos os avulsos em tempo hábil,
só tenho dois pedaços de avulsos referentes a dois projetos que estão previstos
para a tarde. Gostaria de saber o que exatamente está previsto para a Sessão
Ordinária, para podermos avaliar o tempo em relação à Sessão Extraordinária:
temos um projeto do DMLU e um segundo projeto que me escapa qual seja: são dois
avulsos soltos, mas não temos, até agora, uma cópia completa para a Sessão da
tarde. Quais são os projetos para a Sessão Ordinária?
A SRA. PRESIDENTE: Nobre Vereador, todos os
processos que tinham que estar em votação, estão no avulso da Extraordinária.
Por isso, solicito aos Srs. Vereadores que não percam o calhamaço, porque não
teremos condições de até as 14 horas remontá-lo. A única coisa que se modifica,
hoje, à tarde, nobre Vereador, é que será incluída a Pauta.
O SR. ANTONIO HOLHFELDT: Isso significa que os dois
projetos previstos para a Ordinária de hoje, ficam para uma Extraordinária
amanhã ou o que se faz com eles?
A SRA. PRESIDENTE: Eles já estão incluídos
neste rol; a única coisa diferente é que teremos Pauta correndo e tramitando.
O SR. ANTONIO HOLHFELDT: Então fica o Requerimento
do Ver. Isaac, junto com o meu para que se processe a votação deste projeto.
A SRA. PRESIDENTE: Informamos que já houve a
desistência do Ver. Isaac e do Ver. Caio Lustosa e vamos agora ouvir o Ver.
Mano José para após entrarmos em regime de votação. Está democraticamente
decidido. Ver. Mano José.
O SR. MANO JOSÉ: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores. O Projeto que ora se discutisse ensejou, hoje, aqui, pela manhã,
que ouvíssemos vários pronunciamentos desta tribuna de altíssima gravidade. Nós
vamos nos reportar a um programa da Rádio
Guaíba, do dia 17 de fevereiro de
1987 o programa Bom Dia, quando
ouvimos uma declaração do repórter que fazia a cobertura desta Casa e dizia que
em conversa com dois Vereadores, não referia quais, esses haviam declarado que
o Projeto de alteração do Plano Diretor tinha sua aprovação assegurada por 2/3
desta Casa através da corrupção, ou melhor, através do suborno, é o termo. Nós
ficamos preocupados e ao chegarmos nesta Casa, quando reabriram os trabalhos em
15 de março colocamos o problema a vários Vereadores, inclusive comentamos
naquela ocasião com o próprio Ver. Antonio Hohlfeldt, sobre as declarações que
havíamos ouvido na Rádio Guaíba. Foi
retirado o Projeto a pedido de um grupo de Srs. Vereadores e posteriormente
esse Projeto veio à Casa novamente. Tivemos a preocupação, em termos de
Bancada, a Bancada do PDS, convidou vir aqui numa tarde dois arquitetos da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, conhecidíssimos, por sinal, autores,
praticamente, do Plano Diretor: o Arquiteto Cláudio Ferraro e o Arquiteto
Moacir Moojen Marques, com quem enfrentamos na sala da Comissão de Educação e
conversamos com os dois uma tarde toda a respeito do projeto encaminhado pelo
Poder Executivo e aqueles dois senhores arquitetos, com algumas pequenas
coisinhas, como eles mesmos diziam, que não alteram em nada, mas o
posicionamento deles seria favorável à aprovação do projeto encaminhado pelo
nobre Poder Executivo. Dali então formamos a nossa convicção, a de homem
público, que temos um passado, uma vida inteira preservada, um nome a preservar
para os nossos familiares, formamos a convicção de que como deveríamos votar o
projeto que alterava o Plano Diretor.
Não contávamos, evidentemente, com Emendas apresentadas na última hora.
Voltando um pouco ao nosso relato, queremos declarar agora, neste instante,
aqui, de que não tivemos contato com nenhum grande empresário e nem pequeno
como foi dito hoje, pela manhã. Não tivemos contato com nenhum proprietário de
imobiliária ou similar, porque nós tínhamos a convicção de como votar o Plano
Diretor. Por isso é que neste momento nós estamos lançando um repto, nós
estamos pedindo, nós estamos implorando aos nossos companheiros desta Casa, que
vieram a esta tribuna de manhã para fazer acusações veladas a Vereadores desta
Casa, que vieram a esta tribuna para dividir os Vereadores desta Casa em dois
grupos: os corruptos e não corruptos. Os corruptos são os que votaram o projeto
do Plano Diretor e, nestes, eu me incluo, porque votei favorável e os não
corruptos são aqueles que não votaram o projeto do Plano Diretor. Pois, muito
bem, os não corruptos estão agora intimados por nós a virem a esta tribuna e
dizer quem são os corruptos nominalmente. Quem recebeu alguma coisa de alguém
ou quem não recebeu alguma coisa de alguém, porque acusações foram feitas aqui
da tribuna, em apartes a Vereadores que estavam na tribuna. Pois sejam claros,
sejam aquilo que os gaúchos dizem: sejam homens, sejam homens e digam os nomes,
porque eu não quero, por ter votado o Projeto do Plano Diretor, estar incluído
em grupo de corruptos. Vamos fazer devassa na vida de cada um, se é isto o que
querem alguns Vereadores aqui dentro. E vamos ver quem são e quem não são, mas
não aceito discursos como os que estão sendo feitos aqui da tribuna, em que se
diz até que os senhores da construção civil andavam de pastas de executivos nos
corredores, como a dizer, para trazer objetos misteriosos para gabinetes de Vereadores.
Vamos ser claros, vamos fazer as acusações de frente. Quero que se diga quem
são, realmente, os corruptos, nominalmente. Chega de chafurdar, chega de jogar
aquele negócio no ventilador em cima de 33 Vereadores. Chega! É hora de
moralizar, é hora de se buscar os valores maiores para esta Casa ou, então, se
peça desta tribuna, que se feche esta Casa, se ela contém, realmente, o seu
nojo. Um grupo tão grande de corruptos, que se feche, então, esta Casa. Mas não
se fique a fazer acusações diárias, porque eu não tenho mais paciência, sou um
homem muito vivido, com 56 anos, e mais de 20 anos de vida pública, e a maioria
deles, passados nesta Casa, não posso admitir que se venha aqui a chamar de
corrupto um grupo de 24 Vereadores que votaram a favor do Plano Diretor. Não
posso admitir isto. Provem que são corruptos ou a maioria terá que fazer, levar
a minoria aos tribunais para que, realmente, provem aquilo que estão a dizer a
todo instante nesta Casa, inclusive trazendo charge de jornalistas, e lembrando
charge, que sejam claros, pelo menos. Sejam homens, pelo menos.
O Sr. Kenny Braga: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Mano José, eu entendo, aceito e proclamo como
justa a indignação de V. Exa. manifestada agora, da tribuna da Câmara Municipal
de Porto Alegre. Não posso aceitar que se lance a suspeita generalizada sobre a
honra, sobre a moral e a vergonha dos integrantes deste Legislativo. Não
conheço nenhum empresário da construção civil, não tenho nenhum deles como
amigo, não pretendo conhecer e tenho raiva de quem conhece. Votei o Projeto por
entendê-lo como bom para a cidade de Porto Alegre e não posso aceitar, de forma
alguma, depois de 24 anos de vida profissional jornalística ilibada, que se
lancem suspeitas sobre o comportamento deste Vereador e as atitudes deste
Vereador nesta Casa. Então, eu subscrevo o repto de V.Exa. Se é que existem
corruptos nesta Casa, seus nomes devem ser dados à opinião pública. Deve ser
denominado quem faz e quem não faz corrupção nesta Casa, porque, do contrário,
V. Exa. tem razão, toda a Casa estará enlameada, toda a Casa estará envolvida
nessa assacada vergonhosa que se faz aos Vereadores desta Casa. Eu não tenho
nada a ver com isso, votei o Projeto por entendê-lo bom para a Cidade e
compreendo e aceito a indignação de V.Exa. É preciso que se diga,
definitivamente, quem são as pessoas que fazem corrupção nesta Casa. As pessoas
que não têm nada a ver com corrupção e que não têm ligação com grupos nem com
“lobby” também ficam enlameadas. Muito obrigado.
O Sr. Adão Eliseu: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Mano José, eu reputo da mais alta importância e
seriedade o pronunciamento de V.Exa. Também devo fazer, como o Ver. Kenny
Braga: não tenho relacionamento nenhum com construtor ou empresário da
construção, nunca recebi uma ajuda, nem para a campanha política, acho até que
eles não gostam de pessoas cuja origem seja a de brigadiano. Não estou dizendo
isto por honestidade, acho apenas que temos o direito de ser corretos. Acho que
a partir do momento em que V. Exa. levanta essa questão, ela tem que ser
debatida. Nesta altura e a partir deste momento, os corruptos terão que
aparecer. O pessoal que recebe dinheiro terá de ser relacionado, senão toda
esta Casa fica desmoralizada. Nunca recebi dinheiro, não vou receber e prendo o
sujeito que me oferecer, o que, qualquer um do povo poderá fazê-lo, em
flagrante, e os policiais devem fazer.
O Sr. Clóvis Brum: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Devo dizer que lamentavelmente temos tido, tivemos um
período de patrulhamento, em que se se votava a favor era-se corrupto ou, se se
votava contra, era-se bonzinho e honesto. Sempre esse patrulhamento ocorreu na
Casa. Não sei se ele decorre da falta de argumentação, da falta de competência
dos Vereadores que costumam perder nas votações. Acho que o problema é
competência. A decisão da democracia está na competência. Se não há competência
para ganhar na votação, se perdem-na, por favor, tratem as coisas com
responsabilidade. Temos o Poder Judiciário, temos a tribuna livre, esta
tribuna, em que qualquer denúncia pode ser feita. Então, que digam: olha,
Vereador fulano de tal é isso, isso e isso. Agora, não comecem, após cada
votação derrotada no plenário, a se reunirem e passar por moralistas, quando,
na verdade, rigorosamente, democraticamente, são tão moralistas quanto a Casa.
Não vejo Vereador moral e imoral. Vejo o Vereador. Por favor, que tenham
postura, ética, responsabilidade, dignidade, que sejam homens e que digam, da
tribuna, se há algum problema. Agora, não vou fazer o jogo, nem vou permitir,
dos eternos derrotados. Se há algum problema, alguma irrealização pessoal,
íntima quem sabe, por favor, que extravase essa falta de realização íntima em
outro assunto, mas que tratem os problemas do povo com transparência, Vereador.
Que digam quem são os Vereadores ou, senão, que tomem responsabilidade, tenham
freio na língua e digam a verdade e não injuriem, não mintam, não façam
comentários que não sejam verdadeiros. Lamento ter que dizer isto, não ouvi os
apartes, não estava na reunião, mas lamento, Ver. Mano José, que V. Exa. tenha
que ir à tribuna deixar de debater um projeto para debater um assunto desses,
porque nem na pior vila, na mais pobre vila de Porto Alegre se debate um
assunto de tamanha imoralidade, de tamanha irresponsabilidade, para aqueles que
mentem e que nada provam, nada dizem.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Mano José, quando da votação do sábado inglês
nesta Casa, os comentários foram os mesmos. E o que é pior, ouvi dizer que os
que votaram contra estavam comprados pelos lojistas e os que estavam a favor
estavam comprados pelos supermercados. Mandei a pessoa que me disse isto para
um lugar que o Regimento não me permite dizer qual. E direi sempre. Agora, o
que me dói é que este assunto cheira mal, me repugna, me causa vômitos e tenha
que ser levado à tribuna. Ver. Mano José: assino embaixo do que V. Exa. está
dizendo e, mais ainda, tenho o péssimo hábito de acreditar nas pessoas, e isso
me dói, e estou chorando por dentro neste momento.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Não poderia deixar esta oportunidade que V.Exa. traz
um assunto destes à tribuna, sério, desta natureza, de me solidarizar com
V.Exa. e exigir das pessoas que fazem estas acusações, porque eu também tenho
uma imagem e um nome a preservar. Votei favoravelmente ao projeto do Plano
Diretor, apresentei emendas e sou amigo de muito empresário da construção
civil, e não tenho medo de dizer porque não devo nada para ninguém e sou um
homem de esquerda. Tenho posições muito bem definidas. Agora, não vou aceitar
patrulhamento de espécie alguma. Vou denunciar aqui do aparte, da tribuna, de
qualquer lugar, esse tipo de colocação. Eu acho, Ver. Mano José, que está
havendo uma falta de seriedade no tratamento de certos problemas aqui nesta
Casa. E é lamentável que nós tenhamos que estar perdendo tempo. E se há alguma
pessoa que saiba alguma coisa, deve noticiar, porque já se tornou comum aqui
nesta Casa, inclusive, lamentavelmente, colegas nossos, virem fazer acusações e
depois não sustentarem. Eu exijo, e é o mínimo que se pode exigir de um homem
público, quando os jornais, quando o Cardeal exige posições firmes, lamentando
a corrupção que existe, eu acho que esta Casa deve dar uma contribuição a este
debate. É lamentável que se façam insinuações e eu também, como V. Exa. disse,
que se ouve de tudo que é maneira e não se prova. Eu, digo mais uma vez, Ver.
Kenny Braga, inclusive, tenho muitos amigos, até parentes que trabalham na área
da construção civil. Agora, o fato de ter parentes, amigos, eu não tenho raiva
deles, respeito o trabalho deles. Eles têm as suas posições e aquilo que eu
acho interessante eu apóio.
O SR. MANO JOSÉ: Sou grato pelo aparte de V.
Exa.
O Sr. Ennio Terra: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Mano José, eu já ouvi vários pronunciamentos
desta tribuna e é de se lamentar que se fale em democracia, mas não se dá
democracia. Sobre este Projeto, eu mandei contra as Emendas que foram
apresentadas aqui, porque este Projeto está tramitando na Casa desde outubro do
ano passado. Quando apareceu o Substitutivo do Ver. Werner Becker, tomei a
iniciativa de falar com o Prefeito para retirar o Projeto, porque não era
possível às 10 horas da manhã vir um dossiê enorme e a gente fazer uma
avaliação para as duas horas da tarde votar. A mesma situação aconteceu agora,
a minha Bancada não tomou a iniciativa de reunir e discutir o Projeto.
Portanto, não é admissível que agora venham para esta tribuna dizer que uma
minoria tem razão, contra uma maioria. Eu não aceito, eu votei a favor do
Projeto e mandei contra as Emendas porque não tinha conhecimento das Emendas,
porque eu acho que é um trabalho sério, o Vereador que faz uma Emenda ele
estuda e não vai ser aqui, em cima da perna, que se vai votar. Se o trabalho é
sério, vamos fazer trabalho sério.
Então, temos que ter tempo para se poder fazer uma avaliação e poder
votar, principalmente, da minha bancada. A minha bancada tinha que ter
competência para me avisar.
A Sra. Teresinha Irigaray: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Acho que o pronunciamento de V. Exa. é muito sério, o
qual endosso, porque todas as vezes que surge um projeto desta natureza, aqui,
a Casa fica, como diz V. Exa., dividida: os que votaram a favor, ou foram
protegidos, ou são considerados corruptos; os que não votaram a favor sempre
são os honestos e idealistas da Casa. Digo a V. Exa. em alto e bom tom que sou
amiga de vários empresários, tenho bom relacionamento com vários e os encontrei
aqui na Câmara com as pastas que, para mim, não interessa o que contém suas
pastas. Não tenho a menor desconfiança do que possa ter dentro daquelas pastas,
porque seria uma questão absurda que eles também questionassem sobre o que
contém a pasta de um Vereador. Votei a favor do projeto do Plano Diretor porque
é uma realidade social que se impõe dentro da cidade. Votei tranqüilamente com
a minha consciência. Quem tem condições de julgar sobre amizade ou não nesta
Casa? Se isto tem que ser questionado, tem que haver uma reforma de mentalidade
desta Casa. Agora, o que posso considerar neste momento é que a minoria que
perdeu está, na palavra vulgar do nosso vocabulário, despeitada. Apenas isto.
O SR. MANO JOSÉ: Nós estamos caminhando para
o caminho de que o Vereador não deve mais ter consciência. Fui questionado em
casa por um filho de 21 anos, que já é engenheiro civil, que me perguntou: pai,
se falam tão mal daqueles que votaram a favor do Plano Diretor, por que o
senhor votou? E eu respondi a ele: ou o homem é um homem ou é um rato. Ou ele
tem consciência ou ele é um rato e não tem consciência. Eu estou votando de
acordo com a minha consciência, pouco me importa o que digam, pouco me importa
se aqueles que estão na rua estão comentando ou falando de um ou de outro
Vereador. Me importa, isto sim, estar sentado na minha tribuna, prestando
atenção, como é do meu dever, aos que falam desta tribuna, e estar vendo na
cara, veladamente, me chamarem de corrupto e desonesto. Não aceito. Acho que
isto diz contra esta Casa, os que vêm às galerias para assistir a Sessão estão
se envergonhando de que esta seja, realmente, a Câmara Municipal da Capital do
Estado do Rio Grande do Sul.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem): Diante
da gravidade com que o Ver. Mano José traz o assunto à tribuna, eu solicito que
a Mesa, como responsável pela Casa, interpele os Vereadores com referência a
estas acusações. É um pedido que eu faço de maneira oficial para que possamos
esclarecer. Ou os Vereadores têm razão, ou eles vão passar por mentirosos e
levianos e vão procurar acertar daqui para diante. Eu não posso permitir que se
fique discutindo toda a manhã em cima de uma irresponsabilidade. Diante das
acusações que levantou o Ver. Mano José, eu solicito à Mesa que interpele quem
fez qualquer tipo de denúncia nesta Casa, para que seja levantada.
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Braz): A
sua Questão de Ordem será levada ao Presidente da Casa, que tomará as devidas
providências.
O SR. MANO JOSÉ: Quero deixar claro que não
estou acusando ninguém, estou apenas fazendo uma constatação, diante dos
pronunciamentos que hoje foram feitos desta tribuna, diante de apartes de
alguns Vereadores desta Casa. Estou constatando e estou colocando a minha
posição, como outros Vereadores fizeram e como é o caso do Ver. Aranha, que não
pediu aparte, mas que veio dizer que subscrevia o que estávamos dizendo desta
tribuna, para que esta Câmara passe a ser uma Casa onde haja o respeito e onde
os Vereadores, trazidos pelo voto popular, possam exercer o seu mandato sem a
preocupação de serem acusados de corruptos ou não. Não votamos o projeto e
comunicamos à liderança dos nossos partidos que votaríamos todas as emendas, do
número um ao número quinze, todas elas, não nos interessava quem eram os
autores, apenas por questão de posição e nela ficamos. Mas não vamos agora
aceitar que aqui estejamos divididos em dois grupos, como citei no início do
pronunciamento. Espero, Sr. Presidente, que daqui para frente haja maior respeito,
porque cada um tem a sua consciência e que cada um haja de acordo com os
ditames dela, cuide da sua vida, e teremos, por certo, uma Câmara muito melhor
do que tem sido até aqui, porque poderíamos dizer que tem muita gente
preocupada com o meio ambiente, mas não está preocupado com os professores que
estão estragando a Praça da Matriz, que faz parte do meio ambiente da nossa
cidade. A Praça da Matriz é verde e aquele verde está sendo ocupado por
pequenas barracas, e tem gente preocupada se os edifícios vão ter mais um andar
ou não, mas não estão preocupados com as pessoas que se instalaram com barracas
na Praça da Matriz. Isso também precisa ser visto por aqueles que lutam pelo
meio ambiente. Não precisamos estar aqui a toda hora falando no assunto: sabemos
o que é meio ambiente e sabemos que ele deve ser zelado, agora tem que ser
preservado no bairro e no centro da cidade, especialmente na Praça da Matriz.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais inscritos
para a discussão do Projeto, passamos ao período de encaminhamento. Não havendo
quem queira encaminhar, solicitamos à Sra. Secretária que faça a verificação de
quórum.
A SRA. 1ª SECRETÁRIA: (Após a chamada.) Há
quórum, Sr. Presidente.
O SR. CLÓVIS BRUM: Para um Requerimento, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. tem a palavra,
Vereador.
O SR. CLÓVIS BRUM: Solicito seja nominal a
votação do PLE nº 86/86.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos à votação. Resultado da votação. Votos SIM (19): Adão Eliseu,
Aranha Filho, Artur Zanella, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Ennio Terra,
Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Jaques Machado, Luiz Braz, Mano José, Paulo
Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro
Ruas, Auro Campani, Kenny Braga. Votos
NÃO (05): Caio Lustosa, Gladis Mantelli, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Flávio
Coulon. APROVADO o PLE nº 86/86.
(Obs.: Foi aprovado Requerimento de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando seja o PLE nº 86/86 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.)
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar,
estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 12h35min.)
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